Ardor e cinzas

 Tudo dói 

O corpo que cansou de ansiar 

As pernas que cansaram de caminhar 

O ombro que cansou de carregar 

O peso que faz meu peito arquejar


E tudo ainda dói 

Da cumplicidade que a gente dividia

O seu riso bobo que só eu entendia

Os olhares cheios de malícia 


E se ainda dói 

Quem sabe quanto tempo demora

Pra curar a ferida que você deixou

Aberta e exposta quando foi embora

E você nem ligou


E dói 


As partes mais bonitas 

As memórias não vividas

São aquelas mais doídas 



Por Paola Príncipe 

Comentários