Ela é de Câncer

Ela é de câncer. Ela flutua suas emoções como a maré, intensa e forte na mesma proporção.
Ela é de lua. Ela oscila entre seus desejos, sente o mundo de acordo com as suas fases e se reserva ao direito de desmoronar de tempos em tempos.
Ela é de câncer. Ela vê poesia onde é deserto, transforma solidão em aconchego e sabe que toda tristeza precisa ser sentida pra ser cicatrizada.
Ela é forte. E também de carne e osso.

Ela é de câncer. Ela tem disposição pra amar como se nunca tivesse sido magoada. E embora colecione decepções, ela tem espaço de sobra dentro do peito. Você só precisa descobrir como entrar ali.
Ela é profunda. Ela mergulha de cabeça e quem quiser garantias, pode sair da sua vida da mesma forma covarde que entrou. Ela é sensível, mas frouxa ela não é, não.
Ela é de câncer. Ela é determinada e quem acha que a canceriana não é boa de briga é porque nunca viu as batalhas que ela enfrenta - e ganha. Poucos sabem o dom que ela tem de virar o vento a seu favor.
Ela é drama. E também aventura.

Ela é de câncer. Ela é pura emoção e vive a vida como a montanha-russa que é. Ela pode estar rolando no chão de tanto rir e, em seguida, o tempo fechar - enquanto chora baixinho embaixo do edredom.
Ela é curiosa. Ela tem real fascinação pelas relações humanas, uma intuição certeira, e isso a faz uma ótima conselheira - porém uma péssima praticamente da própria sabedoria.
Ela é de câncer. Ela é uma colecionadora nata. Guarda cada pedaço da sua história na memória e constrói ali o acervo do seu museu pessoal. Sim, ela é um bocado apegada.
Ela é razoável. E também contraditória.

Ela é de câncer, de lua, de fases. Fácil de cativar, difícil de dominar.

Por Paola Príncipe

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