Há um certo tempo, li uma coluna muito interessante da Mirian
Goldenberg sobre felicidade e como aprender a dizer não tem um papel
crucial pra isso. Concordo. Quando a gente aprende a recusar certas situações,
amadurecemos e nos tornamos mais plenos, é verdade. Com o “não” nos tornamos
mais seletivos, escolhemos melhor aquilo que nos serve e recusamos, sem dúvidas,
aquilo que não precisamos em nossas vidas. Mas o “sim” não pode ser deixado de
lado como grande parte da nossa felicidade.
Aprender a dizer não é um processo de autoconhecimento e
demonstra crescimento da nossa autoestima. Entretanto, antes de chegarmos nesse
ponto, ainda é preciso dizer muitos “sim”. E que momento mais perfeito para dizer sim
do que aos 20-30 e poucos?
Enquanto não temos muitas marcas na pele, é hora de fazer
valer o momento em que elas surgirão. Essas marcas serão o papel assinado sobre
o que valeu ou não a pena e, pra isso, é preciso dizer sim.
Dizer sim é experimentar. É aceitar uma novidade. Sim para
um novo desafio no trabalho. Sim para uma nova amizade. Sim para um novo amor.
Sim para um novo hobbie. Sim para uma viagem transatlântica. Sim para um
festival no outro lado do mundo. Sim para um porre de vinho a dois. Sim para
aquele brigadeiro de panela. Sim para um mergulho no mar à noite. Sim para
acampar num vilarejo lindo e deserto. Sim para aquela maratona que você nunca
pensou completar. Sim para uma amizade que virou namoro. Sim pra vida.
Se a viagem não foi o que você esperava, se o namoro com o
amigo ficou morno em 3 meses, se a nova amizade decepcionou, se descobriu que
odeia acampar, você nunca saberia se tivesse dito não. Essa é a graça da coisa.
Por mais que nossos pais e mães avisassem na infância que o
fogo queima e a tomada dá choque, a gente só aprendeu depois de ter se queimado
no fogão e enfiado o dedo na tomada.
Experiência. É isso que você vai contar numa mesa de bar
pros amigos. É a experiência que você carrega consigo que um dia vai compartilhar
com seus filhos, netos, bisnetos...
Sim. É pra isso que se vive. E, claro, para depois aprender
e saber dizer “não” com toda propriedade do mundo. Sem arrependimentos.
Por Paola Príncipe
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