![]() |
Como eu me sinto quando: tem obra em casa. :( |
E você pensa “tá bom, Paola, e o que eu tenho com isso?”. Com a obra caótica na minha casa, nada. Mas com a reforma, tudo. Ou vai me dizer que você nunca precisou fechar as portas para reformar a “casa”. E, dessa vez, digo casa numa analogia tosca – mas válida – sobre nós mesmas.
De tempos em tempos é normal que algumas coisas desandem na nossa vida. Um emprego, um relacionamento, a família... Mais cedo ou mais tarde, a gente não aguenta a pressão e dá defeito. É nessa hora que entra a equipe de operários e começa o processo de transformação interna. O processo pode ser longo, curto, doloroso ou indolor. Não é receita de bolo que funciona igualzinha pra todo mundo. O único elemento semelhante é a pausa. E a poeira. Porque reforma que é reforma tem que levantar poeira.
É preciso disposição e certa coragem pra mexer em coisas que a gente deixava escondido, num cantinho, aqueles pensamentos inconfessáveis até pra você mesma. Aquela realidade que te incomodava, mas que você empurrava com a barriga. E de tanto a gente empurrar, uma hora o muro cede. Se o encanamento, que é de ferro, não suportou anos e anos a pressão constante da água, por que você, que é de carne e osso, deveria suportar as pressões do dia-a-dia sem levar nenhum arranhão?
Todo mundo tem seu breaking point e, geralmente, é só quando a gente se vê nesse limite que tomamos as atitudes que vão transformar – de maneira positiva – a nossa vida. E não precisa ser nada muito dramático, não. Às vezes coisas bobas como dizer “eu te amo” pra quem se ama e um sonoro “foda-se” pra quem não merece seu afeto, já consiste uma mudança. Admitir aquilo que sentimos é transformação, é reconhecer nosso verdadeiro potencial enquanto seres humanos.
Reformar, renovar, transformar. Não importa o nome que se dá. Só não pode deixar o cano estourar.
Por Paola Príncipe
Publicado originalmente em garimppo.com.br
Comentários
Postar um comentário