Sem compromisso



Não conheço ninguém nessa vida que não queira viver um grande amor. 

Coração batendo mais forte que escola de samba, cada segundo longe do grande amor é uma eternidade. A gente perde a fome, o sono, e tem certeza que quer sentir tudo isso pra sempre, porque todas unhas roídas valem cada reencontro.

Um grande amor não chega com avisos nem etiquetas que brilham no escuro. Esse é o grande problema.

A gente pode se dedicar com afinco a amores meia-boca e ignorar um grande amor, por simplesmente não conseguir identificar a diferença entre um e outro. Todos os amores – grandes, pequenos, mornos e até os infelizes – começam sem grandes pretensões. Porque para encontrar um amor, basta uma troca de olhares e meia dúzia de palavras. Todos são amores e desamores potenciais até que se demonstre reciprocidade.

E aí você vai. Conhece o Pedro, Felipe, Rafael, João, se apaixona perdidamente por Gustavo, mas quem quer te chamar de “amor” é Thiago. O bonde segue nesses encontros e desencontros.

Enquanto você está lá, se empenhando naquela relação de 3 anos – que está com os dias contados, mas você não quer admitir – seu (ou seus, por que não?) grande amor está por aí. Trocando saliva com a Fernanda, uns amassos com a Renata, e tentando levar Juliana a sério. Porque só encontra o grande amor quem experimenta, e experimenta sem medo.

O grande amor chega quase sempre sem querer. Ele vem com beijos apaixonados, sorrisos idiotas para o celular quando vê uma mensagem sacana no meio do expediente de trabalho, abraços que dão vontade de morar ali pra sempre, noites que deveriam ser eternas, e cada reencontro é um carnaval na alma. E aí a vontade dos dois é tanta, que a coisa cresce e se transforma. Mas, peraí. Não era tudo “sem compromisso”?

Tarde demais, my friend. Tarde demais.  


Por Paola Príncipe

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