Você passou por mim como um feriado. Leve, divertido, sem pressão ou qualquer compromisso.
Como boa foliã, me vesti de ilusões e fui desfilar pelas ruas.
Fadas, anjos e demônios, mas quem me escolta é o cupido.
Não teve baile, escola, bloco ou avenida. A sua flecha era minha.
Experimentando outros batuques, tropeçando em latinhas vazias, me vi Colombina.
Alguns amores são para a vida toda, outros nem tanto. Mas todo mundo sabe que paixões de carnaval são inesquecíveis.
Como samba enredo, nossas noites batucam repetidamente em minha cabeça.
Os movimentos sincronizados como comissão de frente, mas sem nenhum ensaio.
Uma harmonia de deixar escola de samba com inveja.
Nossa mais bela fantasia era nos despir. Sem máscaras, éramos nós. Apenas.
Mas acabou a cerveja e restaram somente os confetes sujos no chão.
É a quarta-feira anunciando sua chegada enquanto as cinzas caem sobre nós.
Deixei você ir, meu carnaval. Te vejo no próximo ano - ou na próxima esquina.
Por Paola Príncipe
Publicado originalmente em garimppo.com.br
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